The Japan Times - Um refúgio trabalha para curar onças feridas por incêndios no Brasil

EUR -
AED 4.317808
AFN 76.994475
ALL 96.189964
AMD 448.7811
ANG 2.104722
AOA 1077.985852
ARS 1704.836554
AUD 1.773409
AWG 2.116003
AZN 2.007197
BAM 1.9543
BBD 2.367312
BDT 143.640939
BGN 1.953544
BHD 0.443191
BIF 3485.527834
BMD 1.175557
BND 1.515391
BOB 8.121523
BRL 6.421132
BSD 1.175363
BTN 106.812813
BWP 15.523619
BYN 3.444453
BYR 23040.925982
BZD 2.363915
CAD 1.616703
CDF 2645.004589
CHF 0.934556
CLF 0.027368
CLP 1073.648601
CNY 8.284448
CNH 8.269941
COP 4520.018388
CRC 586.532218
CUC 1.175557
CUP 31.152272
CVE 110.721405
CZK 24.324665
DJF 208.920182
DKK 7.471185
DOP 74.470932
DZD 152.190865
EGP 55.705908
ERN 17.633362
ETB 182.27006
FJD 2.684964
FKP 0.878605
GBP 0.876131
GEL 3.168094
GGP 0.878605
GHS 13.548259
GIP 0.878605
GMD 86.404864
GNF 10216.182599
GTQ 9.000783
GYD 245.903882
HKD 9.145496
HNL 30.811895
HRK 7.529561
HTG 153.931817
HUF 385.673373
IDR 19576.558183
ILS 3.794346
IMP 0.878605
INR 106.897786
IQD 1539.980257
IRR 49502.723816
ISK 147.990962
JEP 0.878605
JMD 188.656761
JOD 0.83352
JPY 181.871704
KES 151.541393
KGS 102.802907
KHR 4706.932036
KMF 493.73405
KPW 1058.001998
KRW 1732.783652
KWD 0.360285
KYD 0.979519
KZT 605.856806
LAK 25468.45215
LBP 105271.169589
LKR 363.860641
LRD 208.367869
LSL 19.761085
LTL 3.471115
LVL 0.711083
LYD 6.371567
MAD 10.794561
MDL 19.793214
MGA 5301.763793
MKD 61.443207
MMK 2468.395605
MNT 4169.516512
MOP 9.418189
MRU 46.728714
MUR 54.016691
MVR 18.102491
MWK 2041.943832
MXN 21.114822
MYR 4.802741
MZN 75.12987
NAD 19.760977
NGN 1708.425936
NIO 43.175966
NOK 11.970655
NPR 170.9007
NZD 2.032451
OMR 0.451998
PAB 1.175363
PEN 3.963393
PGK 4.99994
PHP 68.878852
PKR 329.449854
PLN 4.213221
PYG 7894.938542
QAR 4.28021
RON 5.09216
RSD 117.362953
RUB 93.516769
RWF 1706.909415
SAR 4.409202
SBD 9.592601
SCR 16.789394
SDG 707.092237
SEK 10.92522
SGD 1.51537
SHP 0.881973
SLE 28.155038
SLL 24650.856215
SOS 671.827144
SRD 45.468202
STD 24331.665734
STN 24.921818
SVC 10.285191
SYP 12999.86794
SZL 19.761454
THB 36.971654
TJS 10.801685
TMT 4.114451
TND 3.42263
TOP 2.830461
TRY 50.209937
TTD 7.973641
TWD 36.98652
TZS 2903.626567
UAH 49.570363
UGX 4184.787067
USD 1.175557
UYU 45.984695
UZS 14253.633675
VES 314.39079
VND 30970.06097
VUV 142.785345
WST 3.267242
XAF 655.434266
XAG 0.01851
XAU 0.000273
XCD 3.177003
XCG 2.118311
XDR 0.816048
XOF 656.55533
XPF 119.331742
YER 280.312047
ZAR 19.695537
ZMK 10581.505648
ZMW 27.004463
ZWL 378.529019
Um refúgio trabalha para curar onças feridas por incêndios no Brasil
Um refúgio trabalha para curar onças feridas por incêndios no Brasil / foto: EVARISTO SA - AFP

Um refúgio trabalha para curar onças feridas por incêndios no Brasil

A veterinária Pollyanna Motinha aplica as últimas bandagens em Itapira, uma onça-pintada com queimaduras nas quatro patas. O imponente animal logo se curará, mas seu lar no Pantanal, um santuário da biodiversidade, continua em chamas.

Tamanho do texto:

Os incêndios não cessam no Brasil devido à seca histórica que os especialistas vinculam às mudanças climáticas. Nuvens de fumaça cobrem quase dois terços do país, incluindo algumas das principais cidades, como São Paulo e Rio de Janeiro.

O fogo deixa uma marca especialmente destrutiva na fauna das regiões florestais da Amazônia e do Pantanal, a maior área úmida do mundo.

Habitats carbonizados, animais feridos ou mortos: esta região ao sul da Amazônia registra até agora em setembro 1.452 focos de incêndio, quase quatro vezes o número registrado em todo esse mês no ano passado, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).

"Hoje em dia a gente vê animal topo da cadeia, no caso, as onças-pintadas, que estão sofrendo com essas queimadas, que não é uma coisa que ocorria com frequência antigamente", diz Pollyanna à AFP.

Maior felino das Américas, a onça-pintada (Panthera onça) é catalogada como espécie "quase ameaçada" de extinção.

A onça do Pantanal pesa em média 100 quilos e costuma habitar as margens do rio Paraguai. Estima-se que existam menos de 2.000 exemplares nessa região.

Itapira, "pedra erguida" em tupi-guarani, foi resgatada dos incêndios graças ao Nex NoExtinction, um refúgio nos arredores de Brasília para esses felinos feridos.

Ela foi encontrada escondida em um "tubo de encanamento" a mais de 1.200 km de distância, perto de Miranda, uma área atingida pelas chamas no Mato Grosso do Sul.

- "Não estaria mais viva" -

Apesar de ter apenas dois anos e estar ferida, Itapira, com manchas pretas e marrons, é um animal a ser temido.

Antes de iniciar o procedimento de cura, a onça é sedada pela equipe, que dispara com zarabatanas dois dardos anestésicos.

Junto com o marido e também veterinário Thiago Luczinski, Pollyanna e um par de estudantes limpam as feridas e monitoram a saúde do animal, de 57 quilos.

Após um mês de cuidados quase diários, o vermelho sangue nas patas está menos visível, e elas são envoltas em sacos para a aplicação de ozônio, um agente desinfetante e cicatrizante.

As queimaduras de segundo grau impediam Itapira de articular corretamente suas garras, essenciais para caçar no Pantanal, onde se alimenta de capivaras e jacarés, explica Luczinski.

Segundo o especialista, "se essa onça não tivesse sido trazida pra cá, se ela tivesse ficado por ela mesma na natureza, possivelmente ela não estaria mais viva. Ou então estaria em um estado bastante deplorável".

Mas ele se preocupa com o futuro de Itapira. "Isso é um grande problema, porque esse animal está salvo até hoje. Só que ele vai voltar pra uma região que ainda tem fogo", lamenta.

- Refúgio por 24 anos -

Além de Itapira, outras duas onças-pintadas tratadas no NEX estarão prontas em breve para retornar à natureza. A instituição se dedica há 24 anos a salvar esses animais.

As instalações estão abertas a pesquisas de universidades locais e ao Instituto Smithsonian, dos Estados Unidos.

Mais de 70 felinos já passaram pelos seus cuidados, e atualmente abrigam 25 exemplares, entre onças-pintadas e pumas. Muitos deles foram recuperados de fazendas.

Uma das onças, uma fêmea que sofreu queimaduras em outra onda de incêndios de 2020 no Pantanal, foi batizada pelos cuidadores de Amanaci, ou "Deusa da chuva".

"O caso da Amanací é triste porque ela não pode voltar para o Pantanal. Isso foi porque ela queimou tão gravemente as patas que perdeu os tendões que movimentam as garras", afirma Silvano Gianni, cofundador do refúgio junto com a esposa.

Mas, em cativeiro, ela teve dois filhotes. Quando estiver pronto, o mais jovem, "Erê", será enviado para o lugar de origem da mãe.

Santuários de animais como o NEX são em grande parte privados e lutam por financiamento no Brasil.

Os recursos são insuficientes para atender o número de animais feridos, explica Pollyanna Motinha.

"A demanda está muito alta", diz. "O governo através dos órgãos ambientais tenta ajudar, mas são pouquíssimos agentes."

"Aí acaba que se não for por ações de particulares, de civis, não tem efetividade nesse processo", conclui.

T.Ueda--JT