Comerciantes iranianos fecham suas lojas em protesto contra a situação econômica
Comerciantes iranianos fecharam suas lojas em Teerã pelo segundo dia consecutivo nesta segunda-feira (29), um protesto contra a situação econômica, deteriorada pelas sanções ocidentais e a rápida desvalorização da moeda nacional.
No domingo, o rial voltou a bater minímas históricas em relação ao dólar, segundo a cotação informal do mercado paralelo, a mais de 1,4 milhão de riais por dólar (ante 820 mil há um ano) e 1,7 milhão por euro (ante 855 mil).
A desvalorização crônica da moeda provoca hiperinflação e forte volatilidade no Irã, onde alguns preços aumentam consideravelmente de um dia para o outro.
A agência de notícias Ilna reportou nesta segunda-feira “manifestações” nos arredores de vários comércios no centro da capital iraniana.
Os lojistas “exigem uma intervenção imediata do governo para conter as oscilações da taxa de câmbio e definir uma estratégia econômica clara”, acrescentou.
- Sanções -
A máxima autoridade do Poder Judiciário, Gholamhossein Mohseni Ejei, determinou "punir o mais rápido possível os responsáveis pela origem das flutuações cambiais", informou nesta segunda-feira a Mizan, agência de notícias do Judiciário.
O responsável pela comunicação da Presidência, Mehdi Tabatabaei, anunciou no X a substituição do governador do Banco Central, que ficará a cargo de Abdolnasser Hemmati.
O presidente iraniano, Masud Pezeshkian, expressou no domingo sua determinação em combater a inflação, durante a apresentação do orçamento para o próximo ano ao Parlamento.
O texto prevê um aumento de 20% nos salários, muito abaixo da inflação, que em dezembro registrou 52% em termos anuais, segundo o Centro de Estatísticas do Irã.
Já fragilizada por décadas de restrições ocidentais, a economia iraniana sofre também com a reimposição das sanções internacionais pela ONU em setembro, devido ao programa nuclear do Irã.
As negociações com os Estados Unidos sobre esse tema estão estagnadas e a incerteza decorrente dos 12 dias de guerra contra Israel em junho também pesa sobre a conjuntura.
K.Yamaguchi--JT