The Japan Times - 'Débora do batom', o emblema da luta do bolsonarismo pela anistia

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'Débora do batom', o emblema da luta do bolsonarismo pela anistia
'Débora do batom', o emblema da luta do bolsonarismo pela anistia / foto: Miguel SCHINCARIOL - AFP/Arquivos

'Débora do batom', o emblema da luta do bolsonarismo pela anistia

Débora Rodrigues dos Santos, natural de Irecê, Bahia, passou a vida inteira em relativo anonimato: cabeleireira e mãe de dois filhos, morava no interior de São Paulo, na cidade de Paulínia, quando foi presa. Hoje, se tornou um símbolo de um movimento a favor da anistia para os ataques bolsonaristas de 2023.

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Ameaçada com uma pena de 14 anos de prisão por usar batom vermelho para desfigurar uma estátua alegórica da Justiça em frente ao Supremo Tribunal Federal, em Brasília, Débora Rodrigues, de 39 anos, admitiu em lágrimas ao tribunal que se arrependeu do ato, que realizou no "calor do momento".

Em 8 de janeiro de 2023, ela estava entre os milhares de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) (2019-2022) que invadiram a Praça dos Três Poderes, um ataque que foi comparado ao do Capitólio em Washington dois anos antes.

Os agressores vandalizaram o Supremo Tribunal Federal, o Congresso Nacional e o Palácio do Planalto, pedindo intervenção militar para derrubar Luiz Inácio Lula da Silva (PT), uma semana após sua posse.

O caso de Rodrigues resume um debate na sociedade brasileira sobre o que representou o dia 8 de janeiro, quem deveria pagar por ele e quão severas as penalidades deveriam ser.

Segundo o ministro do STF que presidiu o julgamento, Alexandre de Moraes, Rodrigues "estava indiscutivelmente alinhada à dinâmica criminosa".

Enviada para a prisão domiciliar em março, após passar dois anos na prisão, Rodrigues encontrou um forte defensor em Bolsonaro, que está sendo julgado no STF por uma suposta tentativa de golpe de Estado.

Segundo a acusação, o ataque em Brasília era a "última esperança" de uma conspiração liderada por Bolsonaro para permanecer no poder após sua derrota eleitoral para Lula em 2022.

- "Símbolo nacional" -

O ex-presidente considera a pena reservada para Rodrigues "absurda" e chama Moraes de "psicopata".

A mãe e a irmã da mulher dividiram o palco com Jair Bolsonaro durante uma manifestação recente em São Paulo. Vários participantes, incluindo a ex-primeira-dama Michelle, usaram batom vermelho.

Rodrigues é um "símbolo nacional" que mostra "que os presos e exilados políticos merecem a anistia", segundo seus advogados.

Enquanto a direita a retrata como uma esposa e mãe inofensiva que foi vítima de uma punição desproporcional, para Humberto Costa, senador do Partido dos Trabalhadores de Lula, "é um ardil (..) do comando do golpe para se beneficiar do caso dela, é usá-la uma segunda vez como boi de piranha para que, por meio dela, todos os outros líderes sejam indultados", incluindo o próprio Bolsonaro.

O bolsonarismo "é bem-sucedido em tirar um extrato da realidade e tentar descontextualizar esse retratinho, colocando as suas próprias tintas", afirma Carolina Botelho, doutora em ciência política e pesquisadora do Instituto de Neurociências Sociais.

Acusada dos mesmos crimes de Bolsonaro, incluindo abolição violenta do Estado democrático de Direito, golpe de Estado e associação criminosa, Rodrigues aguarda o veredicto final em um processo virtual que termina em 6 de maio.

- "Traumatizada" -

Antes de subir na escultura de três metros de altura que fica em frente ao tribunal que agora a julga, Rodrigues, formada em administração de empresas, trabalhava como cabeleireira há 18 anos em Paulínia, cidade de 115 mil habitantes no estado de São Paulo.

Após a derrota de Bolsonaro para Lula em outubro de 2022, ela participou de manifestações em frente a quartéis militares na cidade vizinha de Campinas, disse à AFP uma pessoa próxima.

Após a posse de Lula, ela viajou para Brasília de ônibus, na esperança, disse ela, de encontrar uma "manifestação pacífica".

"Traumatizada" pela experiência, a mulher de longos cabelos loiros garantiu recentemente ao STF que nunca se envolveria "em nada relacionado à política".

Quase 500 pessoas foram condenadas por seu envolvimento nos distúrbios, das quais pelo menos 223 cumprem penas de 11 a 17 anos de prisão.

No Congresso, de maioria conservadora, os legisladores bolsonaristas pressionam por um projeto de lei de anistia para todos os acusados.

A maioria dos brasileiros se opõe à anistia, embora esse número tenha caído de 62% para 56% desde dezembro, de acordo com uma pesquisa recente do Datafolha.

Quase 60% acredita que as penas de até 17 anos de prisão são adequadas ou que deveriam ser maiores.

K.Nakajima--JT