The Japan Times - Alain Delon, o poder de sedução de um lobo solitário

EUR -
AED 4.317791
AFN 77.005164
ALL 96.202449
AMD 448.772549
ANG 2.104994
AOA 1078.125037
ARS 1690.956857
AUD 1.77062
AWG 2.119216
AZN 2.012494
BAM 1.956581
BBD 2.367245
BDT 143.637346
BGN 1.956721
BHD 0.443179
BIF 3487.154045
BMD 1.175709
BND 1.515305
BOB 8.151254
BRL 6.366001
BSD 1.175369
BTN 106.599559
BWP 15.523065
BYN 3.437272
BYR 23043.904009
BZD 2.363844
CAD 1.618781
CDF 2645.345799
CHF 0.935547
CLF 0.027402
CLP 1074.98592
CNY 8.285518
CNH 8.279157
COP 4490.998235
CRC 587.934726
CUC 1.175709
CUP 31.156299
CVE 110.740688
CZK 24.319725
DJF 208.947381
DKK 7.469558
DOP 74.481007
DZD 152.330677
EGP 55.758492
ERN 17.635641
ETB 182.293807
FJD 2.680026
FKP 0.879723
GBP 0.878508
GEL 3.168536
GGP 0.879723
GHS 13.526575
GIP 0.879723
GMD 86.417538
GNF 10216.91415
GTQ 9.003595
GYD 245.900264
HKD 9.149664
HNL 30.814999
HRK 7.533994
HTG 154.001483
HUF 384.613371
IDR 19578.265445
ILS 3.777378
IMP 0.879723
INR 106.727547
IQD 1540.179299
IRR 49509.122688
ISK 148.186181
JEP 0.879723
JMD 187.834991
JOD 0.833569
JPY 182.082704
KES 151.56071
KGS 102.815773
KHR 4707.540683
KMF 493.798125
KPW 1058.138081
KRW 1726.893581
KWD 0.360696
KYD 0.979483
KZT 606.222027
LAK 25471.743824
LBP 104460.550011
LKR 363.425093
LRD 208.39452
LSL 19.763274
LTL 3.471564
LVL 0.711175
LYD 6.372759
MAD 10.795951
MDL 19.839752
MGA 5302.448984
MKD 61.562247
MMK 2468.126608
MNT 4168.907096
MOP 9.422042
MRU 46.734885
MUR 54.023346
MVR 18.105958
MWK 2042.206891
MXN 21.140372
MYR 4.815115
MZN 75.096806
NAD 19.763664
NGN 1707.249917
NIO 43.151482
NOK 11.923439
NPR 170.559094
NZD 2.032008
OMR 0.452067
PAB 1.175369
PEN 3.963909
PGK 5.000585
PHP 69.175805
PKR 329.492369
PLN 4.218075
PYG 7894.151648
QAR 4.280727
RON 5.092467
RSD 117.387541
RUB 93.451775
RWF 1707.130032
SAR 4.411311
SBD 9.593841
SCR 16.471615
SDG 707.180049
SEK 10.913599
SGD 1.515913
SHP 0.882087
SLE 28.275401
SLL 24654.042324
SOS 671.917518
SRD 45.394351
STD 24334.810588
STN 24.925039
SVC 10.284106
SYP 12999.444626
SZL 19.764075
THB 36.999234
TJS 10.807507
TMT 4.114983
TND 3.423079
TOP 2.830826
TRY 50.201733
TTD 7.977185
TWD 36.850726
TZS 2918.68742
UAH 49.680534
UGX 4186.67148
USD 1.175709
UYU 46.058388
UZS 14255.4766
VES 314.431424
VND 30944.671097
VUV 142.410896
WST 3.263161
XAF 656.218988
XAG 0.018381
XAU 0.000273
XCD 3.177413
XCG 2.118246
XDR 0.81758
XOF 656.637422
XPF 119.331742
YER 280.347792
ZAR 19.732136
ZMK 10582.788909
ZMW 27.238875
ZWL 378.577943
Alain Delon, o poder de sedução de um lobo solitário
Alain Delon, o poder de sedução de um lobo solitário / foto: Valery HACHE - AFP/Arquivos

Alain Delon, o poder de sedução de um lobo solitário

Alain Delon, que morreu neste domingo (18) aos 88 anos, foi o ator francês mais carismático e famoso da história do cinema, com uma aura sombria de lobo solitário que o acompanhou até o fim.

Tamanho do texto:

"Eu gosto de ser amado como eu amo a mim mesmo". Para esse homem que falava de si na terceira pessoa, tudo o que fazia só poderia ser feito de maneira desmedida. Um estilo que no final de sua vida o perseguiu, entre brigas familiares, declarações contraditórias e polêmicas sobre sua carreira e as mulheres.

Príncipe encantado ou gângster indomável, Delon atuou para alguns dos maiores diretores do cinema e seu poder de atração talvez só tenha sido igualado na história do cinema por Rodolfo Valentino. Outros viram nele uma versão francesa de James Dean.

Foi o homem ideal para muitas mulheres e companheiro por um tempo de símbolos da belezas como Romy Schneider, Claudia Cardinale, Simone Signoret e Mireille Darc.

"Foi nelas, no olhar da minha primeira esposa, Nathalie, e nos de Romy (Schneider), Mireille (Darc) ou a mãe dos meus filhos (Rosalie van Breemen), que encontrei a motivação para ser o que fui, para fazer o que deveria fazer", dizia Delon.

Ator minucioso diante da câmera, Alain Delon passará para a posteridade por um magnetismo comparável ao que Marilyn Monroe ou Brigitte Bardot tiveram sobre os homens. "Só me faltou fazer o papel de Cristo. Agora é um pouco tarde", declarou no final de sua carreira.

Trabalhou em cerca de 90 filmes, sob a direção de Melville, Visconti, Antonioni, Losey, Godard e Malle.

Produtor, diretor, empresário e colecionador de arte, era um sedutor rebelde e arrogante, que cultivava na vida real a imagem que irradiava na tela.

O tempo transformou o rosto e embranqueceu os cabelos da fera solitária. Acentuou sua pose de misantropo de onde ele saboreava a glória, antes que esta o exaurisse porque limitava sua liberdade.

"Estava programado para o sucesso, não para a felicidade. São duas coisas incompatíveis", disse em uma ocasião.

- Sob as asas de Visconti -

De volta a Paris, acumulou empregos temporários em uma área do mercado central da capital frequentada por cafetões, prostitutas, homossexuais e criminoso. "Tive muitos contatos com o ‘gangsterismo’, até toquei nele com os dedos", confesso em 2021. Mas "sempre preferi os policiais".

Sua elegância imponente, olhar azul e "rosto de anjo" — um de seus apelidos — não passavam despercebidos no distinto bairro parisiense de Saint-Germain-des-Près, o qual começou a frequentar.

O cineasta Jean-Claude Brialy se rendeu ao charmoso ator e o convidou para o Festival de Cannes.

Em 1957, estreou nas telas em "Uma Tal Condessa", de Yves Allégret, antes de se tornar intérprete de um dos maiores, Luchino Visconti. O diretor italiano foi o verdadeiro “Pigmaleão” do jovem ator, cuja inteligência e potencial soube detectar e desenvolver.

"Rocco e Seus Irmãos" e "O Leopardo" serão dois ápices na carreira de Delon. Na Itália, atua em "O Eclipse" (Michelangelo Antonioni), antes de interpretar papéis memoráveis para Jean-Pierre Melville em "O Círculo Vermelho" e “O Samurai”.

No teatro, foi visto em "Pena que seja uma p...", montado por Visconti. A coprotagonista se chamava Romy Schneider e foi o início de uma longa relação com a jovem atriz austríaca.

Com "Borsalino", de Jacques Deray, alcançou em 1974 um dos maiores sucessos de sua carreira ao lado de Jean-Paul Belmondo, de quem se despediu, emocionado, em 10 de setembro de 2021, durante o funeral deste outro ícone do cinema francês.

Alguns diretores exploraram com sucesso suas facetas mais complexas. Para Joseph Losey, foi o enigmático protagonista de "Monsieur Klein" (1976) e Volker Schlöndorff o transformou no barão de Charlus, o inatingível aristocrata homossexual de "Um Amor de Swann" (1984), adaptação da obra de Proust.

- Amizade com Carlos Monzón -

Alain Delon diversificou suas atividades: como diretor, filmou "Na Pele de um Tira" (1981) e "Le Battant" (1983). Envolveu-se na criação de cavalos de corrida e era um entusiasta do boxe.

Da fascinação pelo turbulento e violento mundo das lutas, nasceu a relação com o argentino Carlos Monzón, de quem organizou vários confrontos na França.

A amizade durou para sempre, ao ponto de Delon visitá-lo na Argentina, na prisão onde o ex-campeão cumpria pena por assassinar sua esposa, antes de ele próprio morrer em um acidente de carro em 1995.

Em 1978, Delon criou com sucesso sua própria empresa de produtos de luxo. Aficionado por arte, colecionava esculturas, garrafas de grandes vinhos e relógios.

Em 2002, após sua separação de Rosalie, não escondeu sua depressão, chegando até a evocar a ideia do suicídio.

Nos anos seguintes, suas aparições públicas tornaram-se cada vez menos frequentes, marcadas por declarações que acentuavam seu isolamento, a favor da pena de morte e da extrema direita ou contra o casamento homossexual.

"Não gosto do mundo atual", dizia este homem, pai de três filhos, Anthony, Anouchka e Alain-Fabien, que protagonizaram no final de 2023 um embate judicial, acusando-se mutuamente de negligenciar a saúde do pai.

Os três apresentaram processos separados na justiça. Simultaneamente, a cuidadora do ator nos últimos anos, Hiromi Rollin, também foi alvo de uma denúncia dos filhos, que a acusavam de isolar o pai. Ela respondeu com uma nova ação contra eles.

Delon nunca recebeu um prêmio de interpretação do Festival de Cannes, que decidiu, apesar de todas as polêmicas, conceder-lhe, em 2019, uma Palma de Ouro honorária pelo conjunto de sua carreira.

M.Matsumoto--JT