The Japan Times - Dez anos após rompimento da barragem de Mariana, moradores denunciam poluição persistente

EUR -
AED 4.28642
AFN 80.800953
ALL 97.867038
AMD 448.356022
ANG 2.088879
AOA 1070.293041
ARS 1492.768995
AUD 1.781705
AWG 2.101485
AZN 1.98322
BAM 1.951941
BBD 2.356641
BDT 141.230795
BGN 1.956885
BHD 0.439989
BIF 3373.697879
BMD 1.167168
BND 1.494858
BOB 8.094068
BRL 6.52272
BSD 1.167193
BTN 100.283604
BWP 15.573346
BYN 3.819781
BYR 22876.484491
BZD 2.344585
CAD 1.599224
CDF 3368.445444
CHF 0.930863
CLF 0.029457
CLP 1130.378758
CNY 8.365382
CNH 8.370961
COP 4680.925564
CRC 589.140351
CUC 1.167168
CUP 30.929941
CVE 110.880278
CZK 24.662843
DJF 207.429468
DKK 7.463524
DOP 70.382763
DZD 151.744621
EGP 57.719122
ERN 17.507514
ETB 159.376938
FJD 2.624084
FKP 0.8626
GBP 0.868746
GEL 3.163491
GGP 0.8626
GHS 12.141917
GIP 0.8626
GMD 83.451027
GNF 10103.002412
GTQ 8.966274
GYD 244.099521
HKD 9.162225
HNL 30.75439
HRK 7.535122
HTG 153.197138
HUF 399.935771
IDR 18987.598845
ILS 3.909819
IMP 0.8626
INR 100.340055
IQD 1528.989525
IRR 49152.342916
ISK 142.418235
JEP 0.8626
JMD 186.988732
JOD 0.827576
JPY 172.423309
KES 151.147597
KGS 102.064837
KHR 4693.181197
KMF 492.8363
KPW 1050.450605
KRW 1613.515655
KWD 0.356733
KYD 0.972685
KZT 612.47442
LAK 25134.95349
LBP 104519.85666
LKR 351.175746
LRD 234.60072
LSL 20.88822
LTL 3.446342
LVL 0.706008
LYD 6.320206
MAD 10.53427
MDL 19.772081
MGA 5170.552384
MKD 61.600511
MMK 2451.051223
MNT 4183.367519
MOP 9.437424
MRU 46.310098
MUR 53.001623
MVR 17.976039
MWK 2026.783616
MXN 21.876356
MYR 4.963377
MZN 74.652346
NAD 20.893575
NGN 1783.035451
NIO 42.940514
NOK 11.831233
NPR 160.454166
NZD 1.952193
OMR 0.448773
PAB 1.167203
PEN 4.162704
PGK 4.726154
PHP 66.142271
PKR 332.234334
PLN 4.256834
PYG 9042.124235
QAR 4.249188
RON 5.079864
RSD 117.177828
RUB 91.157316
RWF 1673.718304
SAR 4.37751
SBD 9.71032
SCR 16.471061
SDG 700.874766
SEK 11.22182
SGD 1.496455
SHP 0.91721
SLE 26.258146
SLL 24474.925093
SOS 667.023371
SRD 43.425056
STD 24158.012323
SVC 10.21281
SYP 15175.49558
SZL 20.903876
THB 37.885725
TJS 11.269218
TMT 4.096758
TND 3.381223
TOP 2.733624
TRY 46.969276
TTD 7.922406
TWD 34.269179
TZS 3025.125595
UAH 48.811085
UGX 4182.730979
USD 1.167168
UYU 47.436221
UZS 14828.863652
VES 133.271606
VND 30492.252925
VUV 139.648288
WST 3.041064
XAF 654.668367
XAG 0.030493
XAU 0.000349
XCD 3.154329
XDR 0.814138
XOF 654.780957
XPF 119.331742
YER 281.696039
ZAR 20.890776
ZMK 10505.905627
ZMW 27.078699
ZWL 375.827483
Dez anos após rompimento da barragem de Mariana, moradores denunciam poluição persistente
Dez anos após rompimento da barragem de Mariana, moradores denunciam poluição persistente / foto: Ben STANSALL - AFP

Dez anos após rompimento da barragem de Mariana, moradores denunciam poluição persistente

Dez anos após o colapso da barragem de Mariana, em Minas Gerais, que deixou 19 mortos e causou um desastre ecológico, o solo e a água permanecem poluídos e envenenam a vida dos habitantes, explica à AFP o líder indígena Marcelo Krenak, presente em uma audiência do caso em Londres.

Tamanho do texto:

Em 5 de novembro de 2015, o rompimento da barragem de Fundão, na cidade mineira de Mariana, provocou um gigantesco deslizamento de lama com resíduos tóxicos que se espalhou por 650 quilômetros ao longo do Rio Doce até o oceano Atlântico.

"Meu povo, a cultura, sempre foi ligada ao rio", relata Krenak, que usa um tradicional cocar de penas azuis no centro da capital britânica. "Todo o ecossistema em torno do rio foi destruído", acrescenta.

O líder indígena foi a Londres assistir a uma audiência na quarta-feira e na quinta-feira (2 e 3), como parte de um amplo processo para obter indenização da gigante australiana da mineração BHP, que na época do incidente tinha uma de suas sedes mundiais no Reino Unido.

"As plantas medicinais que só existiam no rio estão contaminadas, o solo está contaminado, então você não pode plantar, não pode usar a água do rio para os animais ou para as plantas", denuncia ele.

- "Tragédia terrível" -

Após um mega julgamento concluído em março, a Justiça britânica deve decidir nas próximas semanas sobre a responsabilidade da BHP, que era proprietária, juntamente com a Vale, da barragem cujo colapso destruiu as casas de mais de 600 pessoas.

O Tribunal Superior de Londres já está organizando, paralelamente, a segunda fase deste processo, com o objetivo de determinar possíveis danos e indenizações (etapa que poderia começar em outubro de 2026 se a responsabilidade da BHP for reconhecida) e esse é o objetivo da audiência desta semana.

A companhia australiana disse à AFP que a recuperação do Rio Doce - cuja qualidade da água, segundo afirmam, "já retornou aos níveis anteriores ao rompimento da barragem" - continua sendo uma prioridade.

Reconhecendo "uma tragédia terrível", a empresa afirma que sempre esteve "comprometida em apoiar a Samarco", companhia diretamente responsável pelo funcionamento da barragem de Fundão, criada em conjunto pela BHP e pela Vale, "para fazer a coisa certa" pelos moradores e o meio ambiente.

A empresa considera que a solução passa por um acordo de reparação e a indenização de R$ 170 bilhões, firmada no Brasil em outubro de 2024.

Entretanto, a maioria dos 620.000 demandantes no processo de Londres (incluindo 46 municípios) considera que não está coberta por este acordo e espera obter um adicional de 36 bilhões de libras (cerca de R$ 267 bilhões, na cotação atual) da Justiça britânica.

- "Fazendo história" -

Marcelo Krenak afirma que os autores da ação apresentarão "comprovações visuais, fotos e vídeos do que foi feito, do que ocasionou, e do dano que isso está gerando até hoje", e cita estudos que comprovam que o "rio" e os "peixes estão contaminados".

"Aqui na Inglaterra, nós estamos fazendo história porque uma grande empresa, uma das maiores mineradoras do mundo, está sendo levada a julgamento e pode ser um precedente para que não venham a ocorrer crimes como esse em outros lugares do planeta", declara o líder indígena.

A cidade de Mariana, uma das mais afetadas pelo desastre, espera obter uma indenização de R$ 28 bilhões no julgamento na capital britânica.

"A nossa esperança é que aqui em Londres o município seja ouvido porque no Brasil nós não fomos ouvidos", diz à AFP o prefeito Juliano Duarte, que também esteve presente nas audiências desta semana.

Segundo ele, a Justiça britânica está prestes a reconhecer a responsabilidade da BHP, o que pode levar a empresa a querer negociar diretamente com os demandantes.

"O município está de portas abertas para conversar, para negociar, mas nós não vamos aceitar migalhas como foi oferecido no Brasil", conclui o prefeito.

M.Yamazaki--JT